sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O amor é uma ilusão

Dizia que era amor
mas desistiu sem lutar
percebi que todo amor é ilusão
Você foi assim
mais uma ilusão
No primeiro vento forte foi embora
jurando amor mas nem olhou para trás
Nunca me pediu para ficar
Nem sequer pediu um beijo de despedida
Todo amor não passa de ilusão
Criada, cultivada e apagada
quando não tiver mais serventia
O amor é uma ilusão
Criada para fazer a vida menos só
para compensar a falta da amor próprio
Para fingirmos que somos capazes de amar
Mesmo sabendo
que o amor é uma ilusão.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Navalha na carne
Fresca
Corre pela lâmina
Sangue
Suspiro no escuro
Morte
Espero sozinha
Segredo
Uma lágrima póstuma
Incosciência
Um desejo profundo
Sede
Uma voz de anjo
Engano
Você era de mentira

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Obrigada por mentir

Obrigada
Doeu mas fez sentido
No meio de frases feitas
Tudo soa mais natural
Afinal
Quem é você?
Que faz de conta que vive nas estrelas
Que contas cenas da novela
E faz de conta que viveu
Logo eu
Acreditar em tanta conversa
Nessa ida e volta
em tantos segredos
Logo eu
Acreditar que podia ser a unica
Entre tantas conhecidas
Logo eu
Imaginar que pdoeria ser verdade
Tanta coisa
Tanta coisa
Tanta coisa!!!
Acreditar que poderia ser verdade
Tanta coisa!!!
Obrigada
Acreditar em tanta coisa
Acreditar em tanta coisa
Obrigada
Obrigada por acreditar em tanta coisa
Obrigada a acreditar em tanta coisa
Obrigada
Por mentir em tanta coisa
Obrigada por mentir
Obrigada a mentir...

domingo, 17 de agosto de 2008

Falando sozinha

A noite acabou
e o que fiz desse dia?
Nada além de mais um
Sinto que não posso mais mudar o que sinto
Sinto a presença da solidão
e uma pontada de desespero
Quero voltar pra casa
Sinto que aqui estou só
mas não adianta falar
Voltar pra onde?
Voltar pra quê?
Ontem bati a cabeça
Agora falo sozinha
Na verdade sempre falei
mas agora tenho desculpa
Machucou
senti medo
Adoro o medo
me faz ter coragem
Medo de ficar só
Coragem para libertar
Não nasci para prisões
ou convenções
Não tente entender
Não tento me entender
Falo comigo como se eu fosse uma estranha
cordialmente faço de conta que me interesso
pelo que posso sentir...

Nunca foi tão fácil fingir
Insisto em falar de mentiras
porque elas fazem parte do cotidiano
Sejam elas pequenas ou grandes
pro bem ou pro mal
De qualquer forma você podia ter insistido
dito que também menti quando disse que não queria
Perambulo a casa sem sono
Como quem nunca mais vai domir
Dormir é uma forma de morrer
e se arrepender depois
Talvez eu não me arrependa
acho que por isso não consigo dormir
Não me arrependo de nada
Mas consertaria muita coisa que quebrei
De fato sou uma pessoa muito desastrada
"A estrada é muito cumprida"
canta alguém na minha cabeça
"Nunca saí do lugar"
Sequer posso fazer barulho
Ouço música baixinho
Lembrando do que quero esquecer

sábado, 16 de agosto de 2008

Engano a quem me engana
Digo que não amo
a quem me ama
Não tenho remorso por mentir
descaradamente
Há muita coisa que não se muda
Velhos conceitos são sempre fiéis companheiros
Acredito no que julgo certo
Você também
Seria uma eterna luta
defesa
Diferentes demais
Assim não dá
Despeço-me com um sorriso falso
que esconde uma lágrima fria
Ainda julgo certo ter razão
Escondo o amor debaixo do tapete
Dilacero-me com a lembrança
mas insisto em fingir que nada aconteceu....

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Carta

Engasgo
Certas coisas não sei responder
Não quero responder
e me violento ao ouvir
Mas respiro
Faço de conta que nada foi dito
Palavras são só palavras
Interpretação
Feridas
No fim da noite uma lágrima
despe-me de minha armadura...
Lembranças das palavras
que ecoam na minha cabeça
Certas coisas nunca devem
ser ditas por ninguém
Tanto ódio
em um simples papel branco
Manchando de amargura
A noite que tinha estrelas
Mas nada disso vai durar muito
Amanhã outras palavras virão
e não serão mais que palavras
ditas sem pensar
sem querer...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Idiotices

Ouço velhas músicas
Revejo bons tempos em um filme particular
Te largo falando sozinha
Certas coisas só eu entendo
Não adianta mesmo explicar, dá preguiça
Tenho saudade da bagunça no sábado
Dos bêbados, roucos companheiros de sempre
Da histeria de mais uma garrafa
Mas você não entende
Que há mais sol lá
E que as noites são mais quentes
Por isso passo todas na rua
Buscando a brisa fresca da madrugada
Entre risadas entorpecidas por coisas ilícitas
Mas você não entende
A liberdade de não estar sóbrio
De dizer coisas sem sentido
De abraçar velhos desconhecidos
E refazer velhas amizades
A cada madrugada
Mas você não entende
Que a vida é mais feliz assim
Em bando
Barbarizando a mesmice
Horrorizando os moralistas
De uma pequena cidade do norte
Que abriga minha matilha
Transgredir sempre as mesmas regras não tem graça
Quero novas regras, novas ruas
Só não quero um novo bando
Quero ganhar o mundo levando na mala
Um pouco de cada...

Guerra Fria

Você me olha,
E eu sei o que diz
Mas finjo não entender
Para não nos desentendermos
Retribuo o olhar
E você sorri como se não fosse falso
Eu retribuo como se acreditasse
Assim somos cordiais
E imorais
Com um esforço te desejo um bom dia
Com vontade de dizer : _ Foda-se
E você me responde como se acreditasse que eu lhe desejo bom dia
Eu lhe desejo bom dia!
Eu lhe desejo bom dia?
Eu lhe desejo bom dia
Quem sabe no inferno também não existam manhãs de domingo!
Não dá para ser indiferente
Hoje vi que andei de olhos fechados
e por muito tempo
Desde antes
Era capaz de perceber certas coisas
mas para não me ferir fazia de conta
e nada existia
A existência é algo muito complexo
Queria experimentar a sensação de não existir
Mas presa em mim
passo o tempo tentando recontar uma velha história triste
Ontem fiz algo muito errado
Que nunca vou contar para ninguém
e hoje queria acertar
mas nunca sei consertar nada
Não quero mais nada de mim
a não ser a possibilidade de pensar só no amanhã
Mas me vejo presa num labirinto
que me leva sempre ao passado
Ontem lembrei da morte
e queria não existir
certas lembranças me dão arrepios
Ontem brinquei com a vida
em doses de remédios para dormir
Queria não existir
Mas sonhei ao invés de morrer
Mas se a morte for um sono eterno
de nada vai adiantar
pois sempre que durmo
sonho com o que tento esquecer
Se for pra sonhar eternamente
Prefiro tentar viver

Mais um

Olho para cima...
do meu lado pessoas que não me dizem nada
Não me vejo mais um
no meio dessa gente.
Conceitos ultrapassados
e a crença fanática em um livro de velhas histórias
Leis
Ordens
Eu no meio
e nenhum vínculo
Não consigo gostar dessa gente
Sem ideal, que ama sua rotina
que reza e agradece a desgraça
de viver no meio dessa multidão.
Gente sem imaginação
tudo tão igual...
os cabelos
as roupas
os gostos
não existe individualidade
Aqui todo mundo é igual,
mas não porque participam de uma sociedade igualitária
e todos tem os mesmos direitos e deveres
mas sim porque todos são medíocres
não se incomodam se a bala fere quem está ao lado
desde que esse alguém seja desconhecido
todos omissos
e submissos
à um deus e à uma vida sem graça
Não vivo feliz nesse lugar
Nem mesmo posso ser eu
Sob pena de morrer na fogueira
dos olhares maliciosos
de quem não sabe cuidar da própria vida.
Mas um dia vou embora
com ou sem você
Vou ser mais um, longe daqui!

Sobre meu trabalho

Inacreditávelmente já é dia
Tudo começa outra vez
Mais um dia vou para o trabalho
como quem vai para a forca
Cumprimento colegas que mal conheço
e vou cumprir minha rotina
como quem cava a própria cova.
Percebo na preocupação de cada um
um isolamento, cada um por si
não existe nada em comum
E hipocritaente fazem o que julgam certo
Falam sobre assuntos que nem conhecem
Defendem teses sem argumentos
Numa escola dirária de ignorância
Ainda me dizem que trabalham com prazer
De não se saber nem onde estão
O que são
O que fazem
e como fazem
Ô gente burra meu Deus
sempre palpitando no que não é da conta
E fazendo mal e porcamente
aquilo que lhes é de (in)competência
Porca sociedade capitalista
Que aprisiona pessoas em empregos sacrificantes
Em troca do feijão de cada dia
E de uma vida confortável
mas sem prazer
Porca sociedade capitalista
O que fazem comigo
Um dia farão com você!

Sobre a coragem

Admiro quem sabe decidir o que quer
sem pensar mil vezes
sem voltar do meio do caminho
Admiro quem faz aquilo que quer
quem faz sua vontade acontecer
Admiro quem não precisa de um empurrão
quem não tem medo de se jogar do abismo
sob a pressão da falha, da queda livre
Admiro quem não se rende ao fracasso pessoal
quem se acha capaz
Admiro quem não tem medo da morte
quem vive cada dia como último suspiro
Admiro quem não tem medo de errar
Mas sobretudo, admiro quem sabe converter seu erro
Admiro quem tem coragem
Quem não se abala por qualquer coisa
Quem sabe que nada nessa vida dura mais que o tempo...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Verdades

Conto mentiras
Que acredito ser verdade
Conto se a verdade existisse
Acredito em verdades criadas
Crio verdades no meu quintal
Verdades na minha sala
Verdades que não servem pra nada
Verdades que nem verdade são
Verdades que não dizem nada
Verdades que machucam seu rosto
Verdades que são mentiras
Da minha imaginação....

Ofício

Posso ser eu
Mas finjo
e já não sou
Posso brincar de contar segredos
que não são de ninguém
Posso ferir e até matar
Que nada vai me acontecer
Posso morrer por amor
ou trair sem remorsos
Posso ser tomado por uma loucura súbita
Perder qualquer vínculo com a realidade
Posso brincar de contar estrelas
Posso desafiar o perigo
sem temer por minha frágil existência
Posso ser bom ou não ser
depende de como me vêem
Posso falar com paredes
Contar minhas histórias
Posso ter vários inimigos
E tramar contra todos eles
Posso fazer o que eu quizer
sem temer a lei ou o olhar de reprovação
Pois quando as cortinas se fecharem
tudo será sem graça como era antes,
até que no dia seguinte
eu viva tudo outra vez....

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Meias verdades

O rosto úmido
As mãos suadas
A voz trêmula
Descobri seu segredo
Não adianta me olhar assim
De canto de olho
Meias verdades
Grandes mentiras
E no fim de tudo
Nem um beijo de despendida

Tudo foi destruido
Pelas palavras que você não disse
E pelas verdades que criou
Achando que poderia me enganar sempre
Tento entender
Para quê?
Qual o sentido de viver uma vida não vivida?
De contar ilusões como passado?
De criar um futuro a partir de uma realidade que não existe?
O que lhe fez pensar que seria fácil fingir?
Seus argumentos sempre lhe contradizem...
E hoje,todas as verdades que você diz
Soam como palavras perdidas!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Remoendo velhas histórias

Eu não quero mais ouvir essas coisas
que me cortam os ouvidos
Seu nome passou a soar estranho
Como se fosse dseconhecido
Me desculpe se há mágoa
é pelo tempo não vivido
Sei que chorou escondido
pelas vezes que não te dei atenção
Não sei como dizer
Que nada foi o que pareceu
Me sinto andando em círculos
No meio de uma floresta escura
A saída está cada vez mais distante
A mágoa
é por você ter ido sozinha
Não sei porque ainda falo dessas coisas
Tanto tempo depois
Já estando acontumada
com esse labirinto
Você nem fez diferença
Acho que me sentia mais só ao seu lado
Me desculpe por não poder te dar adeus
Não foi assim que combinamos