quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ana

Olhos que me acalmam
Palavras cumplices
Um sorriso que decifro
Um jeito de quem as vezes me irrita
Mas tudo se descomplica num abraço
Pq não importa por onde eu ande o que que faça
sempre lembrarei do seu rosto
Das noites falando sozinha
Dos dias de tristeza ou alegria
Dos tragos entre água e café
De um laço que nem o tempo desmancha....

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A grande maldição


Ainda no ventre uma premonição
A impossibilidade
Tanta vida cresce
Divide-se
Fragmenta-se
Completa-se
Unifica-se
O ventre dilatado
O primeiro suspiro
A maldição
A vida
A dor
A decepção
Os sonhos se dilaceram
Viram fumaça
Na infância
Alimentam nossas fantasias
E nos domesticam
A decepção...
Prostituído em um emprego medíocre
Numa sociedade capitalista
O caráter pesa ouro
Quem não o tem vira escravo
De quem junta mais do que precisa
A felicidade é a pior de todas as mentiras
Deus existe na cabeça dos fracos
Pra justificar as quedas
Pois ele quis te usar e te fazer sofrer
Pelo propósito maior de se divertir
Na solidão do céu escuro e rarefeito
Nos fazem acreditar
Que o melhor a fazer é ser devotado
Ao grande general titereiro
O soberano
Vivemos assim
E no fim
A libertação
O ultimo suspiro
O fim da maldição
Chamada vida



Titereiro = Aquele que manipula fantoches

sábado, 27 de junho de 2009

O tempo não te espera
E aqueles sonhos
Deixados para traz
um dia te lembram
de um pedaço perdido
Aonde estão?
Você não sabe mais como voltar
Para buscar
O seu pedaço que ficou
Nalgum lugar
O tempo não te espera
E você com uma vela
Tenta iluminar a volta
Que nunca vai voltar
Na lembrança
Um vazio que te lembra
Como é bom se sonhar
Quando criança
Aquela criança que se perdeu
Com seus sonhos
E a esperança
No caminho sem volta
Que a vida trilha
A trilha da vida
A trilha pro topo
Ou pro fundo do poço
A trilha
Na fantasia
Desse mundo
Se você soubesse
Que perde mais em não levar
Os seus sonhos
Na sua trilha
Pra não precisar voltar
Pra buscar
O que se perdeu

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Peo

POr tantos risos soltos
Pelas piadas sem graça
Por tanta loucura
refletida nos olhos de fogo
Pela cia.
Em todas as noites
De ronda em ruas desertas
Pela flor da pele
Pelo suicídio
Pela saudade
Pelas conversas pela metade
Pelos pensamentos vagando
em nuvens de um dia de chuva
Pela cumplicidade
sentimentos partidos,
Pelo mundo
que nos dilacera
Por tantos anos
Por tanta vida
Pela distância
Por ainda morar aqui no meu peito
Com a memória dos poetas mortos
e eternos

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Preciso ir

não adianta me ganhar com sorrisos
depois de tantas expressões de dor
não adianta fechar a porta
ainda saberei como sair
não adianta fingei que tudo está igual
tudo mudou
quem é você afinal?
quantas noites esperei solução
um abraço apertado
um aperto de mão
uma resposta sincera
para perguntas incertas
mesmo que não fosse o que eu queria ouvir
eu estaria aqui

é hora de partir
eu preciso ir
vou voltar pra casa
já não quero saber de nada
o amor que tu me tinhas
era pouco e se quebrou

Quantos olhares trocados
beijos negados
palavras não ditas
você não teve coragem
...

é hora de partir
eu preciso ir
vou voltar pra casa
já não quero saber de nada
o amor que tu me tinhas
era pouco e se quebrou

segunda-feira, 23 de março de 2009

A fantástica fábrica de ilusões

Vendem-se almas
Em caixas pra presente
Alma nova, inocente
Vende-se tudo
Que ha no mundo
Conceitos, sentimentos e felicidade
Tudo embrulhado no papel
Vende-se gente
Rica
Pobre
Preta branca e amarela
Vende-se amor
Me dê amor
Em um pedaço de papel
Pra por no céu
Pra por no meu armário
Lá no alto e esquecido
Vende-se tudo
Vende-se tudo
Vende-se tudo
E tudo pode se vender
Por um valor não muito alto
Que me traga
Prazer rápido
E q preencha meu vazio de viver
Vende-se sorriso
A prestação
Bem baratinho
Você compra e de mansinho
Vai perdendo
A compreensão
De quem nem tudo
Comprado é certo
Mas não é tão mal ser desonesto
Por um pouco de atenção

quinta-feira, 19 de março de 2009

Preciso respirar
preciso de ar
de arte
de gente
de cultura
de amores
de desamores
de movimento
de agitação
de calmaria
de noites de chuva
de dias nublados
de madrugadas acordada
de vinho
de proximidade
de distância
para tudo
a sua devida proporção
e que não haja medidas
pois um dia acaba

minha casa

saudades da inocência
da tranquilidade
dos sonhos catados no chão
como flocos de algodão
saudade da suavidade dos dias azuis
da chuva calma
do sol brando. do fim da tarde
saudade do olhar singelo
as mãos nos meus cabelos
de dormir de luz acesa
de fugir pro seu castelo no meio da noite
saudade da rua de casa
do cheiro das plantas
saudade do gosto do café
dos olhos de folhas novas
do hedredon laranja cor de lírio
de me aninhar
me proteger
saudade das pontas dos pés na madrugada
da água gelada antes de dormir
de acordar com um beijo na testa
saudade de ter casa
e cia

quinta-feira, 12 de março de 2009

Passa...

Tudo passa um dia
Por pior que o dia seja
Saudade passa
Amor passa
Nada é para sempre
Nem as juras feitas
Passou um furacão em minha vida
Mas passou
Mesmo deixando um rastro de destruição
Passou
Tento levantas os tijolos caídos
Fazer novas histórias
Esquecendo o que um dia passou
Passou rápido
Passou cedo
Passou meu passado
Prefiro não ter lembranças
Cara bonita passa
Dinheiro passa
Orgulho passa
alegria passa
Tristeza passa
A vida passa
Passa o que passou
Não tenho passado
Nem fututo
Futuro também passa
Passam as certezas
Passam as dúvidas
Passam os olhares
Os beijos
Passa o cheiro
Passa a lembrança
E da vida o que se leva???
Marcas
essas nunca passam...

terça-feira, 10 de março de 2009

Prece

Amaldiçôo todos aqueles que fugiram da vida
Os covardes que tiveram medo da luta
Amaldiçôo aqueles que dormiram de noite
E não contemplaram a beleza da madrugada
Amaldiçôo aqueles que nunca ficaram sozinhos
Que não conhecem a si e temem a propria presença
Amaldiçôo quem tem medo da morte
Por duvidar da própria existência
Amaldiçôo quem mata inocentes
Amaldiçôo quem destrói sonhos
Amaldiçôo quem inveja
Amaldiçôo os amantes sem lua
Amaldiçôo quem vende a alma
Amaldiçôo quem existe
Nessa terra de cão

terça-feira, 3 de março de 2009

Bem

Eu vou bem,
Bem aqui
No mesmo lugar
De antes do sono
De antes do choro
De antes da sorte
Ou da morte

Eu vou bem
Bem aqui
Preso na lembrança
Na andança
Na criança
Que viveu

Eu vou bem
Bem aqui
perdida nos meus sonhos
Tristonhos

Eu vou bem
O que é bem?
Eu não sei
Sei que vou
Bem
Bem vou
Aonde?
Segredo...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Eu

O que me atrai em você?
ódio
Mágoa
Rancor
Ressentimento
Amor
Identificação
O fato é que amo tudo que odeio
Na mesma intensidade
Tudo o que odeio em você
Existe em mim
Vive em mim
E te procuro para deixar de ser eu
Para convencer-me de que isso é ruim
E me vangloriar de não ser tão mesquinha
Sei que tudo aquilo que odeio em você
É mais meu do que seu
Porque eu renego
Porque não tenho coragem de ser
Nem força para não ser
Eu me traio e te odeio
Amor próprio
Nunca foi meu forte
Eu te amo
Porque me odeio
E só eu entendo o que isso quer dizer

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Cansado

Mais um dia acordo cedo
essa rotina
Trabalho mediocremente onde não tenho prazer
por sobrevivência
As vezes me sinto violentada, rasgada e machucada
no frio de uma sala branca
As vezes finjo gostar, mas sei que não gosto
acho linda a vocação de ensinar
Adoro ganhar dez vezes mais do que antes
mas perco minha alegria
Num lugar de loucos
Até tento fazer com que aprendam algo
mas as vezes me pego falando grego
para uma tribo aborígene
Cobram a boa educação
que começa numa sala caíndo aos pedaços
Fica difícil
é quase impossível
é desumano
e lá vou eu
pra mais uma lição!