segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Eu não tenho cores
Me vejo em preto e branco
num paraíso cinza na visão de uma retina sem brilho

Eu não tenho cores
Nem quero uma vida rosa
mas um pouco de azul no céu talvez acalmasse minha alma
Talvez me trouxesse paz


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Medo

O sangue ainda corre nas veias
Isso não é quase nada
O sangue ainda corre nas veias
A alma paralisada
O sangue ainda corre nas veias
ainda corre nas veias

mas você corre do perigo
tem medo do abismo
Mas você não corre perigo
Tem medo do perigo

Medo da queda livre
Medo de ser livre
Medo da estrada
Alta velocidade
Medo do perigo
A vida não para

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Seu cheiro tem cheiro de casa
Seu cheiro tem cheiro de mar
Seu cheiro tem cheiro de abrigo
Seu cheiro tem cheiro de alma
Seu cheiro me traz calma
Seu cheiro me faz furacão
Seu cheiro tem toda poesia
Do amor sem medida
Seu cheiro tem tom de saudade
Seu cheiro desperta lembranças
Seu cheiro me faz criança
Na calma de um colo
Seu cheiro me dá colo
Seu cheiro me faz lembrar
De como te amo

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Preciso de algém

Preciso de alguém
Que não me deixe pensar em mais ninguém
Preciso de alguém
Que me faça suspirar
E ir mais além
Preciso de alguém pra me fazer café
Pra esquentar meu pé
Pra me fazer sonhar
Preciso de alguém, que não queira nada além...
De amar
De viver
De sonhar
De libertar
De me prender
De entender
Que eu posso me perder
Mas sei voltar
Preciso de alguém
Preciso meu bem
Amar

terça-feira, 9 de julho de 2013

Dando chances à coisas novas
Ouvindo sons desconhecidos.
Casando a surpresa com a rotina, 
Alegria, chuva, trabalho e café
E um dia que seria cinza
Ganha um pouco de vida
Caso a vida, eu e a esperança
que nunca fui dada à monogamia
ainda mais que nesse caso
tenho a alegria de amante
Diamante, brisa e pó
Pra uma súbita tristeza
nem só de sorrir se faz o dia
E quem diria eu e você
E quem diria o que há de ser
E quem diria eu e a vida
Permitindo essa folia que espanta a dor
E um calor de frio coberto
Esquentar um pouco esse chão de pedra


Ser de plástico
Drogas lícitas me ensinam a ser legal
Um homem sóbrio que escuta meus problemas
Como quem lê uma nota fúnebre no jornal
Desconhecido para mim
Como pode me dizer quem eu sou?

Por que não posso ser mais eu?
Por que me censuram por gritar?
Eu não tenho mais meus quinze anos
Meus pulsos não ganharão marcas da minha dor

E se eu esquecesse meu passado,
Ou modificasse meu corpo inteiro
E se eu mudasse meu rosto?
Seria melhor pra você?

Como pode ser amor?
Se tudo o que sou você renega
Não é possível amar metades
Será que você sabe quem eu sou?

Remédio pra não chorar
Remédio pra não gritar
Remédio pra não pular no abismo
Quero um remédio pra não amar

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Mal

Não foi por mal
Não leve a mal
Eu fiz  por merecer
O desencontro
O desengano
Eu e você

Não foi por mal
Eu só fiz mal
Mas sem saber
Que outro dia
Essa agonia
De viver

Eu vou partir
Eu vou pro mar
Vou me entregar
Eu já cansei
Se vou voltar
Se  vou viver
Eu já não sei...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Olhar

Nada é mais perigoso do que ver o mundo com os próprios olhos, olhar em frente sem saber o que ocorre do lado, atrás, nas proximidades.

 Vejo aquilo que acredito e acredito no que vejo, mas percebo que por vezes sou traída pelo meu próprio olhar. Acreditei em mentiras por vaidade, cometi injustiças por não confiar na experiência de olhares mais velhos, errei por achar que o que eu via era o mundo em sua totalidade, mas percebo que pra ver é preciso enxergar outros olhos, conhecer outros pontos de vista.. Ver não é simplesmente reconhecer o ambiente ao redor, suas cores e formas, mas dispor-se a procurar pelas armadilhas, reconhecer as limitações e as vezes deixar-se guiar por olhares que nos levam a direções opostas daquelas que conhecemos.

Ao abrir os olhos para minha própria limitação, percebi que o mundo vai muito além daquilo que conheço e descobri que pouco vi, pouco sei. Mas ao abrir os olhos e perceber que preciso de outros olhares, entendi que preciso aprender a olhar nos olhos e reconhecer aqueles que identifico como semelhantes ao meu modo de ver, de pensar e que me levarão a caminhos que estou disposta a percorrer.

Mas quem pode estar aqui e me guiar? E logo percebi que não posso aprisionar por medo de olhar o mundo sozinha, mesmo que eu esteja suscetível àquilo que ainda não sei enxergar.