quarta-feira, 29 de julho de 2009

A grande maldição


Ainda no ventre uma premonição
A impossibilidade
Tanta vida cresce
Divide-se
Fragmenta-se
Completa-se
Unifica-se
O ventre dilatado
O primeiro suspiro
A maldição
A vida
A dor
A decepção
Os sonhos se dilaceram
Viram fumaça
Na infância
Alimentam nossas fantasias
E nos domesticam
A decepção...
Prostituído em um emprego medíocre
Numa sociedade capitalista
O caráter pesa ouro
Quem não o tem vira escravo
De quem junta mais do que precisa
A felicidade é a pior de todas as mentiras
Deus existe na cabeça dos fracos
Pra justificar as quedas
Pois ele quis te usar e te fazer sofrer
Pelo propósito maior de se divertir
Na solidão do céu escuro e rarefeito
Nos fazem acreditar
Que o melhor a fazer é ser devotado
Ao grande general titereiro
O soberano
Vivemos assim
E no fim
A libertação
O ultimo suspiro
O fim da maldição
Chamada vida



Titereiro = Aquele que manipula fantoches