segunda-feira, 10 de maio de 2010

Aço

Olho pea trás
Não reconheço o que passou por nós
Mil vendavais
Destroem aos poucos tudo o que restou
A memória
Sustenta o peso das palavras
Quantas histórias cabem em cada madrugada?
É desumano não olhar pra trás
Fugir das marcas que te fizeram ser

O peito de aço já não quer sangrar
A cada queda levanta e vai
Ignorando a dor que leva
Ignorando o dia que passou

Dedo na cara

Descobriram toda a verdade
Verdade que não existe
Contaram coisas pela metade
Fatos que não existem
Disseram mais do que sabiam
Souberam mais do que se foi

Ninguém me conhece de fato
Ninguém contou as noites que passei em claro
Claro qué é mais fácil julgar

Disseram que sou inocente
Depois de me culpar por tudo
Disseram que me perdi no mundo
Depois de jogar tudo pro alto
Disseram que me deixo levar
Disseram que ando por aí
Disseram que não sei quem sou
Disseram que não sei o que é o amor
Alguém sabe quem sou?
Alguém sangrou por mim?
Alguém sabe pra onde vou?
Alguém sabe como cheguei aqui?
Alguém cuidou das minhas feridas?
Alguém me viu sorrir a dor?
Tão fácil dizer
Tão fácil mentir
Tão fácil julgar
Mas ninguém nunca saberá
Quem sou

sábado, 8 de maio de 2010

Esperar

Não me julgue errado
Não tenho vícios que não são meus
Não condene culpado
Por não sonhar sonhos seus
Não condene o amor
se ningué abraçou sua causa
se ninguém viveu por você
se ninguém mais se interessou
se você se sente sozinho
se ninguém lhe mostrou o caminho


esperar
uma desculpa pra morrer
esperar
um bom motivo pra viver
esperar
que alguém viva por você
esperar
outro dia amanhecer


Alguém pode não te dar as resposas
Alguém pode não lhe atender
Alguém pode lhe tirar o sorriso
Alguém pode se arrepender