segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Olhar

Nada é mais perigoso do que ver o mundo com os próprios olhos, olhar em frente sem saber o que ocorre do lado, atrás, nas proximidades.

 Vejo aquilo que acredito e acredito no que vejo, mas percebo que por vezes sou traída pelo meu próprio olhar. Acreditei em mentiras por vaidade, cometi injustiças por não confiar na experiência de olhares mais velhos, errei por achar que o que eu via era o mundo em sua totalidade, mas percebo que pra ver é preciso enxergar outros olhos, conhecer outros pontos de vista.. Ver não é simplesmente reconhecer o ambiente ao redor, suas cores e formas, mas dispor-se a procurar pelas armadilhas, reconhecer as limitações e as vezes deixar-se guiar por olhares que nos levam a direções opostas daquelas que conhecemos.

Ao abrir os olhos para minha própria limitação, percebi que o mundo vai muito além daquilo que conheço e descobri que pouco vi, pouco sei. Mas ao abrir os olhos e perceber que preciso de outros olhares, entendi que preciso aprender a olhar nos olhos e reconhecer aqueles que identifico como semelhantes ao meu modo de ver, de pensar e que me levarão a caminhos que estou disposta a percorrer.

Mas quem pode estar aqui e me guiar? E logo percebi que não posso aprisionar por medo de olhar o mundo sozinha, mesmo que eu esteja suscetível àquilo que ainda não sei enxergar.